segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mulher instala câmera e descobre que era roubada pela própria vizinha.

Terça-feira, 19 de abril, em um prédio de classe média no Paraíso, bairro da Zona Sul de São Paulo: a moradora de um apartamento sai para ir à academia do condomínio. O imóvel fica vazio. Ou melhor, deveria ficar, porque uma câmera mostra que houve um movimento. Sete minutos depois que a moradora saiu, a vizinha entra no apartamento, abre a porta com a chave e vai direto para a bolsa em cima da mesa. Ela abre a carteira e tira o dinheiro. São R$ 40. Ela acha pouco e diz: “não tem nada”. 

Uma semana depois, a cena se repete. A moradora desce para fazer ginástica. Dez minutos mais tarde, a vizinha volta ao apartamento. Novamente, vai direto para bolsa. Abre a carteira e, de novo, reclama da quantia: “Só isso?’. Ela conta as notas, vai até o quarto, volta, separa parte do dinheiro e guarda o restante no lugar. Conta o dinheiro que resolveu levar e põe na sacola, mas muda de ideia. “Eu vou é pegar tudo!”. 

Agora, ela parece satisfeita com os R$ 3 mil que encontrou e decide ir embora. Mas, segundos após trancar a porta, ela abre novamente o apartamento e volta apressada. Vai direto para o quarto e fica mais alguns minutos procurando a chave para abrir um armário. Sabe que lá estão guardadas as joias da moradora. 

No dia seguinte, o roteiro é novamente seguido à risca, e a mulher sai de lá com R$ 5.120. 

As imagens foram feitas pela própria vítima, que prefere não se identificar. Desconfiada do sumiço de dinheiro e joias, ela instalou uma pequena câmera e descobriu que estava sendo traída por duas vizinhas. A vítima era amiga delas havia pelo menos cinco anos. 

Após a gravação do último vídeo, as irmãs Tatiana e Fernanda Contaldi acabaram presas em flagrante. E o plano foi descoberto: os furtos aconteciam quando uma das irmãs, Tatiana, convidava a vítima para ir à academia. Enquanto a moradora estava fora, a outra irmã, Fernanda, revirava o apartamento. 

“Quando eu vi, eu fiquei boquiaberta. Ela andava aqui dentro como se fosse a casa dela. E ao mesmo tempo tinha um desdém”, disse a vítima. 

Fernanda foi presa saindo do apartamento com a chave da porta e o dinheiro na sacola. Ainda não se sabe como ela conseguiu a chave. Em seguida, a polícia prendeu Tatiana, que estava na sala de ginástica. A vítima explicou: “Uma coisa é a gente ser roubada por um ladrão, que a gente não conhece, que vem da rua, que a gente não sabe nada dele. A outra coisa é a gente ter uma amiga, a gente confiar”. 

Depois da prisão, as duas irmãs foram levadas para uma delegacia. Foram autuadas por crime de furto qualificado e pelo abuso de confiança. Durante o interrogatório, ficaram em silêncio. Só devem falar na frente do juiz. Fernanda e Tatiana estão em uma cadeia na Grande São Paulo. Nos primeiros dez dias de prisão, não podem dar entrevista por determinação da direção do presídio. 

Segundo o delegado Marcio de Castro Nilson, responsável pelo caso, a pena vai de dois a oito anos de prisão. “Elas se reservaram o direito de permanecer caladas”, conclui o delegado. 

Nesta semana, a vítima voltou à delegacia para reconhecer algumas de suas joias sumidas. O anel recuperado estava em uma loja de produtos para animais. Segundo a polícia, Fernanda desenha joias para coleiras e vendeu a peça como se a tivesse produzido. Forneceu, até, uma nota fiscal do produto. Os advogados que acompanharam as irmãs na prisão em flagrante abandonaram o caso. 

O Fantástico procurou a mãe delas, que vive no mesmo apartamento, mas não teve resposta. Após as prisões, a vítima diz que não pretende se mudar e pensa como reagiria se um dia ficasse frente a frente com as vizinhas: “Por que eu? Eu não merecia. Eu dei amizade. Se é uma pessoa que ajuda amigos, essa pessoa sou eu”.

FONTE: Fantástico

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